a coragem para pousar a caneta nesta folha foi imensa. estou de novo na corda bamba dos sentimentos, e cada dia abano mais. mas desta vez tenho certezas, pelo menos tenho a certeza que se um só pé me escorregar a coisa fica feia.o motivo para evitar tanto escrever? medo que as palavras tragam á flor da pele a intensidade de tudo. o meu consciente, agora sim, está em constante luta com o coração, com as acções não comandadas. os dias por mais que o sol brilhe, desde que abro os olhos, cada vez são mais cinzentos.
a confiança que se apoderou de mim, a indiferença perante tudo? o bem estar e o sorriso? desapareceram. a luz que via ao fundo do tunel vai se apagando pouco a pouco.
o peso volta a carregar nos meus ombos, o olhar volta a ser profundo, o medo do som que cada palavra tem ao sair da minha boca... a sensação que cada passo meu é errado.
tenho vergonha de mim, neste momento a repulsa que antes me assombrava afinal não está assim tão longe. voltei a falhar-me a mim própria, a não cumprir aquilo que era o melhor para mim. voltei a ser inferior, cada dia me sinto mais pequena.
as palavras que antes puseram o ponto final em tudo afinal também não foram verdadeiras. perderam o valor. novamente a sensação de ser enganada, magoa. desta vez essa dor é silenciosa e calma. por sorte tenho conseguido esconder tudo aquilo que se passa. e a verdade é que esse "tudo" não dura à pouco tempo e ninguém sequer notou.
não, não tive coragem de ter uma conversa sobre isto com ninguém, mas a verdade é aquilo que eu sempre soube. quanto mais tempo passa, pior é.
Sem comentários:
Enviar um comentário