é a sensação mais estranha de sempre, não sei para que lado me virar, as coisas caem-me das mãos. as coisas que me animavam já não animam, e nem tenho vontade de fazer as coisas que fazia quando estava em ambientes mais secantes. não tenho vontade de andar, não sei ao que prestar atenção. foco-me no vazio sem pensamento algum em mente, e quando fecho os olhos, vejo outros mesmos a olhar nos meus. e sim, são esses olhos, são aqueles olhos que me fazem paralisar, que fazem a minha respiração acelerar e o meu coração bater mais forte. mas ao mesmo tempo sei que agora só estão tão perto de mim quando os imagino. então, quando começo a sufocar com a dor arrebatadora da saudade, abro-os e suspiro.
eu própria reparo que o meu olhar está diferente, o único brilho que ele tem é quando as lágrimas se apoderam. quando consigo acalmar o choro, o meu olhar é baço, o meu caminhar é lento, a minha cabeça está baixo. e nada me sabe realmente ao seu sabor. é tudo pacato para mim. a minha vontade incontrolável de falar desapareceu. são apenas dois dias assim, mas para a pessoa que sou? é demais. e sinceramente, não querendo ser hipócrita, sei que não vai ficar por aqui.
o meu mundo caíu-me todo aos pés, e o peso dele não me deixa voltar a cima.
não sou a mesma, arrancaram-me a vida. porquê? porque só ele o era. a minha vida em todo este tempo, a minha rotina, o meu pensamento, o meu coração, o meu motivo de viver, a minha esperança.
a minha felicidade? fugiu, fugiu de mim por completo, e só há uma coisa que a possa trazer de volta.
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