terça-feira, 12 de abril de 2011

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Sabem aquela sensação que não têm vontade de fazer nada? Que não estão bem a fazer nada, em sitio nenhum, em posição nenhuma. Bem, isso costuma passar depressa quando encontras algo inspirador para fazer. Mas, já tentei tudo, já fiz tudo, e nem escrever me apetece. Os meus dedos não têm a mesma vontade nem a mesma agilidade para se mover sobre as teclas, os meus pulsos querem impedi-los de se mexer. Não consigo chorar mais, já drenei a fonte de lágrimas, uma seca instalou-se em mim. Não me quero deitar, estou irrequieta de mais para isso, não quero estar de pé, não tenho forças para isso, não quero rir, não tenho vontade para tal, não quero chorar, não tenho humildade para isso, não quero cantar, a voz falha-me; não quero interagir com ninguém, não tenho paciência para isso, não quero dançar, não tenho fôlego, não quero fumar, já tenho a garganta com um nó demasiado gigante para estar a travar.  e escrever, pouca vontade tenho, tem sido a minha única via de expressão, e essa mesma está a falhar.
Sinto-me vazia, na verdade a única coisa que predomina em mim é medo. Já tenho medo, o mundo é tão cruel, as pessoas são tão más, ninguém merece nada. E fugir já nem me parece opção, aqui ou longe é igual. O ser humano é o ser mais desumano existente. Irónico não é? Irónico a maneira como me mostro tão espontânea e por dentro me encolho mais, sinto o meu coração encurvar e enrugar, apodrecer. Até o meu ombro descai para o lado esquerdo, para tentar aconchegar a dor no meu peito.
Escrever o que sinto, e conversar ao mesmo tempo, não dá resultado, muda o rumo ás minhas palavras, aos sentimentos. Consegui encontrar mais umas lágrimas nessa mesma fonte. Por quem? Não foi pelas maldades que têm andado a fazer, não foi pelos erros que cometi, não é pelos comentários, não é pelos olhares maus, não é pelos dedos apontados. É por ELE. Tenho andado a fingir, a tomar atitudes para provar o contrário, tenho feito comentários horríveis, tenho atribuído ódio, tenho o ignorado. Mas admito já aqui, que apesar de tudo, eu amo-o. Sim, não mudou. Sim, sou mais uma coitadinha que ficou toda apanhada. Sim caí nele, como não queria. Sim, enterrei-me ao fazer o que fiz e ainda me enterro mais sabendo que ele continua a ser ele.
Era tudo tão diferente, a intensidade com que tudo era vivido, a cumplicidade apenas num olhar, os sorrisos, a felicidade gigante, do tamanho do mundo. E o apoio, que sentia dele, era o maior de todos. Ainda gora que não o tenho a meu lado, pensar em tudo o que vivemos, faz-me esquecer os outros assuntos, abstrair-me de tudo, e sentir-me melhor.
A expressão falha, os meus pensamentos estão no passado, não consigo dizer mais nada. Está tudo encalhado. Só sei que a saudade aperta, como tudo. E a esperança, não vem com ela. E isso é o que custa mais. Saber que não volta, saber que a culpa é toda minha, e que foi tão bom e durou tão pouco. Saber que ele foi dos únicos que não pensei “não aguento mais” estava mesmo bem com ele, não sentia qualquer tipo de pressão para acabar tudo. Arrisco dizer, ás vezes em pensamentos mais loucos que é o rapaz da minha vida. Ninguém sabe, o quanto ainda o amo, ninguém sabe que lutaria contra as ondas, nadaria oceanos e mares, lutaria e atravessaria ventos, furacões por ele, percorreria e voaria todos os céus, corria todos os desertos, planava todas as galáxias, todo o universo.
Acho que chamam isto de verdadeiro amor, não sei. Mas é a ultima vez que escrevo sobre isto, fica aqui encerrado, e vou voltar ao mesmo “faz de conta”, e pensar que ele já não me é nada
Está tudo de pernas para o ar. Help?

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