Já são tantas, inúmeras as folhas gastas, com meras palavras soltas sem lógica, apenas com três ou quatro lindas, algumas apenas com meia dúzia de palavras. Logo a seguir falta-me a coragem, sinto-me mal e poso o lápis ou caneta. Bem, desta vez vai ser diferente, vou fazer força para continuar a pressionar as teclas e obrigar tudo a sair para esta “folha”.
Cada vez me sinto mais fraca. Cada vez mais sinto tudo a desaparecer a apagar-se, cada vez a minha visão sobre tudo é mais turva. Já não tenho força para os altos e baixos de tudo, para a cobardia dos outros, que tanto contrasta com a minha. Tenho tudo a girar á minha volta que já não dou pelas tonturas que á uma semana davam cabo do meu bem estar. Toda esta confusão está a passar para a minha saúde física. Às vezes, precisava que me dessem um “intervalo”, um descanso. Ás vezes precisava que me dessem uma palavra amiga, das que já não tenho á bastante. Ás vezes precisava de um abraço que á meses não sinto. Isto para não me lembrar do beijo que me trazia o conforto que trazia.
Sinto o coração a apertar-se neste momento, os cantos da boca a descair, mesmo com a sensação que a qualquer momento a lágrima vai derramar no meu rosto. Mas ainda assim consigo fazer força para não acontecer. Ouço, vezes sem conta a mesma música, que simbolizou tanto uma das maiores fraquezas que sinto neste momento. Sim, hoje encontrei uma maior ainda, um medo. Um medo de perder quem em quase 16 anos esteve a cuidar de mim quando mais precisei. Um pressentimento, uma vontade de estar perto dela invulgar nos últimos tempos. Não sei, culpa de ter estado longe, remorsos de a ouvir dizer que me queria a seu lado, enquanto não tenho estado? Apenas sei que se a perco, bem acaba tudo. A minha vida aí perde completamente o rumo, e não há mesmo volta a dar. Perco o meu bem mais precioso, a minha maior fonte de orgulho e de confiança, o pilar de me ter tornado uma pessoa feliz. Tenho medo, e não sei quanto tempo mais esse medo vai durar.
Altos e baixos, traições que neste momento se direccionam para mim. Não posso dizer “agora aprendi a lição”, porque sempre levei facadas. Se todas essas fossem físicas, tirando a parte que já não estaria viva, o meu coração estava cortado de tal maneira que pareceria sushi e as minhas costas mais esburacadas que um escorredor de esparguete.
Já não aguento a parte de perto dos outros eu ser um nada, ser a pessoa mais horrível, desprezível e no fim sei que dá valor ao que passámos. Isto já não é um coração é um rolo de carne crua, bem enrolada. E isto já não são sentimentos, são ventos fortes que magoam, e não param, circulam, circulam sem estabilidade alguma.
Tenho saudades de tudo, cada vez mais, sinto-me mal, sinto-me sozinha, sinto-me fraca; mais do que nunca. Era o que queriam né? Espero que estejam felizes, apesar de todos os outros sentimentos.
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